Vinhos

 

O melhor vinho para acompanhar as suas refeições:

 

O perfeito casamento vinho/comida é um tema um tanto controvertido. A diversidade de vinhos e pratos é muito grande e as combinações possíveis, enormes. Creio que, em primeiro lugar, deve prevalecer o bom senso para que haja harmonia entre os pares. Devemos buscar o equilíbrio, de tal forma que nem o sabor da comida se sobreponha ao do vinho, nem o vinho (no caso, muito potente) "mate" o sabor de um prato muito delicado.·
Aos critérios puramente técnicos, devem somar-se os "casamentos" culturais ligados à tradição dos grupos humanos (que raramente colidem com as normas técnicas) e o gosto subjectivo, pessoal, de cada um, que não pode ser negligenciado: afinal, vinho e comida são, antes de tudo, prazer.

Vale citar algumas das combinações consagradas que nos ocorrem, perfeitas e cercadas de unanimidade: vinho Chablis com ostras, Porto com queijo Stilton (e outros queijos azuis), Sauternes com foie gras.

Há também os "casamentos difíceis" fadados ao divórcio, em que o obstáculo principal é os ingredientes que frequentam algumas cozinhas regionais. Os pratos orientais (cozinha indiana, chinesa, japonesa, coreana, tailandesa e árabe - esta última plena de limão e cebola crua) são de difícil acompanhamento. Pratos em que a presença do vinagre, frutas cítricas, ovos, espargos, alcachofra e chocolate é marcante, também são um desafio para os vinhos.·
Algumas regras gerais devem ser guardadas e funcionam: carne vermelha e caça com vinho tinto; peixes e frutos do mar com brancos. Convém lembrar que há as excepções que confirmam a regra: um bacalhau vai muito bem com um tinto jovem, com boa acidez e tonicidade; carpaccio de carne bovina combina divinamente com um bom espumante ou um Pinot Griggio, vinhos brancos de grande leveza, etc. Caso queiramos fazer a escolha de forma eminentemente técnica, podemos justapor as características organolépticas da comida e da bebida e analisarmos se funciona. Desta forma, a combinação pode ser feita por semelhança ou oposição.

 

COMBINAÇÃO POR SEMELHANÇA·


 

  • - Vinhos com aromas discretos> comida pouco condimentada
  • - Vinhos com aromas potentes > comida com boa presença aromática
  • - Vinhos jovens e frutados > pratos simples e rústicos
  • - Vinhos velhos e encorpados > pratos refinados
  • - Vinhos leves > pratos com molhos magros
  • - Vinhos mais estruturados > pratos com molhos suculentos


COMBINAÇÃO POR OPOSIÇÃO

Deve-se levar em conta os seguintes critério

  •       Açúcar atenua a acidez
     
  •       A acidez atenua a gordura
     
  •      A suculência atenua o tanino

 

Exemplo: Queijo Roquefort ou foie gras (comida salgada e gordurosa) Vinho Sauternes (doce e ácido).


No capítulo das carnes, basta que utilizemos os conceitos acima:

Churrasco de carne bovina (Picanha, Maminha, etc.) – Sendo um prato suculento, muito saboroso e rústico, aconselhou um tinto encorpado, jovem, frutado, com boa presença tónica como um Malbec argentino, um Shiraz australiano, um Côte-du-Rhône ou um bom Cabernet Sauvignon nacional.

Churrasco de lombo de porco – Carne mais clara e delicada pede um tinto leve (um Beaujolais ou um Pinot Noir nacional) ou um branco de corpo médio e boa acidez como um Pinot Grigio italiano.

Cordeiro assado – É o companheiro ideal dos Bordeaux tintos e dos Cabernet Sauvignons do Novo Mundo. Um Rioja Reserva também vai muito bem, como costumam fazer os espanhóis.

Steak au Poivre – Syrah do Rhône, Shiraz australiano. Seus aromas de especiarias casam-se perfeitamente com a pimenta verde do prato.Experimente também com um Cabernet jovem e de boa procedência.

Strogonoff – Este prato untuoso e um tanto pesado requer um tinto potente, bem encorpado e rico em taninos como um Barolo, um Amarone ou um Cahors.

Saltimbocca alla Romana – Aqui uma carne delicada (vitela) associada ao presunto cru e a sálvia, resultam num prato de delicioso equilíbrio. Para ficarmos na Itália, que tal um Chianti Clássico, um Brunello ou um dos chamados super-toscanos?

Javali – Rioja Reserva ou Gran Reserva.

Vitello Tonnato - Carne bovina fria com alice que vai muito bem com um vinho branco Chardonnay, de bom corpo, e também com um tinto leve resfriado como um Bardolino ou um Valpolicella.

Charcuterie – (embutidos como mortadelas, presuntos e frios em geral) Aqui os Beaujolais são imbatíveis. Um Lambrusco seco, como fazem os bolonheses, é também uma boa pedida.

Pato – Um tinto encorpado. Se o saldo bancário estiver bom e você quiser um pouco de elegância, um Morey-Saint-Denis ou um bom Côte Rôtie. Aliás os Borgonhas tintos são os acompanhantes ideais para as caças em geral.

Cocq-au-vin – Borgonha tinto na taça e na panela, se você for um afortunado. Caso contrário, mantenha a Borgonha na taça e use um tinto honesto para fazer o prato.

Haddock defumado – Branco encorpado e com estilo. Chardonnay californiano, Chablis Grand Cru.

Badejo, robalo, linguado e outros peixes finos – Brancos de classe. Bordeaux branco (Graves, por exemplo), Sauvignon Blanc da Nova Zelândia, Arneis italiano.

Sardinhas gordas grelhadas – Um branco seco de boa acidez e certa rusticidade, como um Muscadet ou um Vinho Verde da "terrinha".

Ostras – Um Chablis (seu aroma e sabor mineral é perfeito para a ostra), um Chardonnay seco e com pouca madeira, Muscadet ou Champagne Brut.

Lagostas, lagostins e camarões – Pedem brancos "classudos". Borgonhas, Chardonnays de primeira linha do Novo Mundo, um bom Chateauneuf-de-Pape branco, um Savennières.

Paella – Um bom rosé da Provence, Rioja branco. Se a paella for a Valenciana (com carne de porco e frango além dos peixes e frutos-do mar) um tinto da Rioja, vinho feito com a uva Tempraniillo.

 

 

 

 

 

                      


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